O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) manifesta indignação e perplexidade diante das ofensas proferidas contra profissionais jornalistas pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que afirmou, em evento com presença de policiais e empresários dos ramos de armas, que parte da imprensa paulista é “canalha”, publica fake news e trabalha “a serviço do crime”.
Na mesma ocasião, o capitão reformado Derrite vangloriou-se da atuação da Polícia Militar na chamada “Cracolândia”, na capital paulista, e na “Operação Escudo” realizada na Baixada Santista, que deixou, no mínimo, 28 mortes e um rastro de sangue e violações de direitos humanos a céu aberto, num exemplo claro de Terrorismo de Estado praticado contra a população negra, pobre e periférica.
Na sequência, Derrite acusou a cobertura dada pela imprensa, ao repercutir as graves denúncias da população de Guarujá e Santos contra as atrocidades cometidas por policiais militares na “Operação Escudo”, de “conversa furada”, e de “covardes” os(as) profissionais de jornalismo responsáveis pelas matérias publicadas.
Trata-se de uma inaceitável agressão à categoria, típica de quem deseja esconder a verdade dos fatos. Não custa lembrar: Jair Bolsonaro, referência de Derrite e a quem ele elogiou no evento, acaba de ser condenado judicialmente em definitivo, em processo de autoria deste SJSP, por assédio moral coletivo às e aos jornalistas, devido às ofensas sistemáticas que perpetrou contra a categoria quando presidente da República.
As acusações do secretário não só revelam comportamento incompatível com a responsabilidade que se espera de um agente público, mas a linha autoritária e fascista adotada pelo governo Tarcísio de Freitas-Felício Ramuth na política de Segurança Pública no Estado de São Paulo.
O Sindicato avalia as medidas cabíveis e espera, do governador Tarcísio de Freitas, além de retratação imediata, a exoneração do secretário Guilherme Derrite.
São Paulo, 27 de outubro de 2023
A Diretoria do SJSP