“Acesso à Internet como direito, uma desigualdade escancarada pela pandemia” será o tema do primeiro painel da 23º Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) que começa nesta sexta-feira (9), a partir das 19 horas.
De forma virtual, devido a pandemia do novo coronavírus (Covid 19), delegados, delegadas e observadores inscritos, que representam as mais de 500 entidades filiadas, vão debater, nos dias 9, 13 e 16 de outubro, sempre a partir das 19 horas, a grave concentração econômica na mídia, a ausência de pluralidade política e de diversidade social e cultural nas fontes de informação, os obstáculos à consolidação da comunicação pública e cidadã e as inúmeras violações à liberdade de expressão.
Outros temas também serão abordados nos quatro dias da plenária, que serão transmitidos no Youtube do Fórum.
Além disso, serão aprovadas as teses de conjuntura, plano de ações e balanço dos últimos quatro anos. A plenária também elegerá a Coordenação Executiva, do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal do FNDC para o período 2020-2022.
“Temos de sair desta plenária com estratégias para intensificar a luta pelo o acesso universal à internet, que agora ganhou aderência social com a pandemia, e saber como iremos ampliar o debate em municípios e estados que tenham governos democráticos e progressistas com objeto de construir políticas públicas democráticas para a comunicação. Esta agenda local é fundamental porque combina possibilidade de ter conquistas efetivas e fortalece a luta pela democratização da comunicação de forma regional”, afirmou a Coordenadora-Geral do FNDC, Renata Mielli.
Para o secretário-adjunto de Comunicação da CUT e secretário de Comunicação do FNDC, Admirson Medeiros Ferro Júnior, o Greg, os desafios desta plenária são enormes, pela próprio formato, que pela primeira vez vai acontecer à distância, e pelo momento que o país passa com um governo que só ataca a classe trabalhadora e as entidades de organização da sociedade civil.
Segundo ele, a CUT nacional, as estaduais e as entidades filiadas fizeram a lição de casa durante as plenárias regionais ao elegerem seus delegados e delegadas porque entendem seus papéis nesta luta, e também por entenderem a importância de lutar pela democratização dos meios de comunicação. Para Greg, “agora é hora de nos juntarmos para dar continuidade a este processo e organizarmos as ações e estratégias”.
“Nós vamos debater a conjuntura do país, fazer um balanço da gestão que se encerrará neste processo e ainda vamos discutir um plano de ação para as entidades comprometidas com o direito da comunicação para que de forma articulada continuemos na defesa intransigência de uma mídia mais democrática”, afirmou Greg.
Tanto Renata, quanto Greg, concordam que esta plenária tem um papel político muito importante, porque o país está passando por um cenário dos últimos quatro anos de defensiva estratégica dos movimentos sociais brasileiro desde o Golpe de 2016 e a sociedade brasileira tem assistido a uma escalada da direita ultraliberal e de caráter fascista e autoritária no país com o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
Eles citaram os ataques cotidianos do presidente e seus aliados aos movimentos sociais e sindicais, à jornalistas, comunicadores e veículos de imprensa, que passaram a ser alvos principais de intimidação, chegando a impor medidas de censura a críticas e denúncias contra o governo federal.
“Por isso, no último período, o FNDC teve uma participação muito focada nas denúncias de violação à liberdade de expressão e informação com a Campanha Calar Jamais, já em 2016, e depois levamos estes temas para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, por duas vezes, em audiências temáticas para denunciar o Estado brasileiro”, explicou Renata, que complementou: “Minhas expectativas é que a gente saia fortalecido desta plenária para conseguirmos dar conta desses desafios e ampliarmos nosso Fórum nas regiões e conseguirmos avançar”.
Saiba mais