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Coletivo de mulheres jornalistas retoma os trabalhos e se prepara para construção de agenda comum

Coletivo de mulheres jornalistas retoma os trabalhos e se prepara para construção de agenda comum

“A retomada do coletivo remonta a organização sindical por direitos, o combate à discriminação e a criação de uma agenda política de reivindicações para a categoria. A maioria da categoria dos jornalistas é de mulheres e não há diferença com outras categorias nas quais existe a diferença salarial e há dificuldade em ocupar os espaços de poder.” A fala da secretária de mulheres da CUT-São Paulo, Márcia Viana, resumiu a primeira reunião que marcou a retomada do coletivo de mulheres jornalistas.

Realizada na última segunda-feira (28), jornalistas se reuniram virtualmente para retomar os trabalhos do coletivo. 

Candida Vieira, secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), reforçou a importância em rearticular a organização das mulheres jornalistas, especialmente porque os dados apontam que a categoria é formada majoritariamente por mulheres.

A secretária de sindicalização do SJSP, Lilian Parise, ressaltou o fato de que conforme as mulheres avançaram e ocuparam espaços nas redações, os salários diminuíram. O dado é importante para a luta da categoria em combater as desigualdades de gênero. A desigualdade, inclusive, se reflete em outros aspectos como a empregabilidade das mulheres: “Nós temos o objetivo de trabalhar o segmento feminino e feminista porque, de fato, a sindicalização não reflete a realidade da nossa categoria. Nestes dois anos de pandemia, muitas mulheres jornalistas pediram desligamento ou por mudar de ramo ou por estar desempregada, o que é muito grave”, destacou Lilian.

“Embora tenhamos mapeado uma série de temas relevantes falar, ninguém melhor que a categoria para trazer esses temas e perceber por que caminhos o Sindicato tem que ir e quais nossas prioridades nesse momento”, frisou a secretária jurídica do SJSP, Larissa Gould. Larissa relatou ainda a experiência na formação do coletivo dentro do Brasil de Fato, que permitiu a discussão do machismo estrutural nas relações de trabalho e tem permitido avançar com mudanças pontuais.

As jornalistas participantes debateram livremente, propondo a priorização de diversas pautas.

No tema trabalhista, as sugestões são combater ao machismo e o assédio nos espaços de atuação da categoria e acompanhar o PLC 130/2011 sobre igualdade salarial. O PL multa as empresas que pratiquem a desigualdade e deve ser votado em maio pela Câmara. Além disso, a categoria considera importante que a cláusula de assédio garantida na Convenção Coletiva de Jornais e Revistas da Capital deve ser estendida às demais jornalistas.

O tema das eleições de 2022 também foi pautado. Entre as sugestões está garantir a contribuição do coletivo para eleger mais mulheres no parlamento, dialogar sobre o combate às fake news e formular uma contribuição das mulheres jornalistas para as eleições, colocando a pauta da mulher na agenda política sem prejudicar as demais pautas das mulheres.

Para a pauta sindical, as jornalistas reforçaram algumas questões primordiais para se aproximar da base: o posicionamento político para se aproximar dos jovens e o acolhimento para sindicalizar mais mulheres. Para as jornalistas, foi considerado importante que as campanhas salariais apresentem um viés de gênero e seja mais voltada às mulheres.

Por último, sugeriu-se a realização de uma pesquisa sobre a realidade das jornalistas por meio de um mapeamento do perfil das mulheres jornalistas.

A próxima reunião ficou agendada para a próxima quinzena e estará voltada para a construção de uma atividade específica das mulheres no 1º de maio.

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