Nesta sexta (15), a Câmara Municipal de Guarulhos publicou portaria colocando servidores efetivos que trabalham com a Comunicação da instituição à disposição da Prefeitura. São quatro jornalistas (apresentador, redatora, repórteres fotográficos ) e uma radialista (assistente de produção) que produzem conteúdo para o site institucional, para Web Rádio e TV, que não foram consultados a respeito.
Para os Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas de São Paulo, está claro que a Presidência da Câmara inicia um processo de desmonte do projeto da TV Câmara. Depois de sete meses sem equipamentos licitados para transmissão das sessões, audiências e produção de programas (durante os quais os funcionários garantiram cobertura das atividades do Legislativo Guarulhenses usando todos os meios possíveis, inclusive equipamentos pessoais), o Presidente da Câmara, Professor Jesus, suspendeu as transmissões na última terça (12) e em seguida cedeu os funcionários para a Secretaria de Cultura do município.
Enquanto afirma que seu objetivo “é retomar não apenas as transmissões da sessão, mas toda a produção de conteúdo feita pela TV com a qualidade e a competência já demonstradas pelos servidores do setor”, a presidência da Câmara abre mão justamente de parte dos profissionais que garantem tal produção.
A Administração afirma que o motivo da cessão é a pretensa falta de atividades para os servidores enquanto se realiza uma nova licitação dos equipamentos da TV. Mas, ao que consta, não há estrutura de rádio ou TV na Secretaria de Cultura para o exercício das atribuições de parte destes profissionais. Ao mesmo tempo, mesmo possuindo equipamento fotográfico próprio da instituição, a Câmara decidiu ceder dois repórteres fotográficos, cuja atividade em nada foi afetada pelos problemas na licitação.
A TV Câmara Guarulhos, a Web Rádio e o site da instituição atendem ao importante interesse público de levar ao conjunto da população guarulhense as ações do Poder Público, especialmente fundamental em uma cidade que, apesar de ser a segunda maior do estado, tem pouca oferta de informação jornalística local. Tais medidas, infelizmente, se alinham com um projeto que ataca os meios públicos de comunicação, no mesmo momento que a Empresa Brasil de Comunicação e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo estão ameaçadas.
Os Sindicatos dos Jornalistas e Radialistas registram o constante assédio moral e ameaças por parte da Administração da Câmara ao profissionais, que se repetiu neste momento. Registram ainda que não aceitarão qualquer tipo de prejuízo aos direitos dos trabalhadores, e exigirão o atendimento a princípios constitucionais como a impessoalidade no serviço público.
15 de fevereiro de 2019
Sindicato dos Jornalistas SP
Sindicato dos Radialistas SP
