Dissídio coletivo será julgado às 14h30, no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, na capital paulista
O dissídio coletivo da greve no Diário de S.Paulo será julgado nesta sexta-feira (20), às 14h30, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), na Rua da Consolação nº 1272, no centro paulistano.
O dissídio foi levado à Justiça do Trabalho nesta quarta-feira (18) pelo Sindicato dos Jornalistas, pois desde que os profissionais cruzaram os braços em protesto por falta de pagamento, em greve iniciada no último dia 11, a direção da empresa continua sem negociar e não sinalizou nenhuma proposta para quitação dos débitos.
Além dos salários, também estão em atraso benefícios, férias e o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Parte da redação, no caso dos jornalistas celetistas, recebeu o valor referente ao adiantamento salarial no último dia 20 de agosto, e o saldo restante e o salário de setembro estão pendentes.
Para os contratados como Pessoa Jurídica (PJ), há jornalistas que receberam em agosto o valor referente a julho e, desde então, não tiveram mais nenhum pagamento pelo Diário.
Apesar de alegar não ter condições financeiras para quitação dos débitos, os grevistas denunciam que para “furar” a greve a empresa está chamando freelancers para trabalhar oferecendo pagamento diário e adiantado.
Os profissionais também denunciaram que, para manter a circulação do jornal, a empresa está reproduzindo conteúdos produzidos por outros veículos sem a assinatura com o devido crédito ao jornalista que escreveu a matéria. De acordo com os trabalhadores, a direção do Diário está reproduzindo notícias de veículos com os quais nunca houve qualquer parceria.
Atrasos frequentes e precarização do trabalho
Após assembleia na tarde da quarta-feira (18), uma comissão de jornalistas e de sindicalistas dialogou com representantes do Diário e a direção do jornal chegou a alegar que a empresa havia começado a pagar os salários de menor de remuneração. Contudo, a informação foi imediatamente desmentida porque os profissionais ainda não receberam qualquer pagamento.
Por isso, a mobilização coletiva jornalistas segue forte, com mais de 90% da redação em greve, e expectativa dos trabalhadores com o julgamento do TRT é que a empresa cumpra sua obrigação de pagar.
Os atrasos de pagamentos se tornaram frequentes no jornal desde o ano passado e a crise enfrentada pelo Diário se aprofunda em 2017.
No último mês de janeiro, os jornalistas já haviam realizado uma mobilização porque, além de não receber salários, enfrentaram um quadro de piora na precarização do trabalho – redação com telefone cortado, falta de água e ar condicionado quebrado. Além dos profissionais PJs, o Diário contratou até estagiários pejotizados e a situação continua até o momento.
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Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo