O início do 40° Congresso Nacional dos Jornalistas, nesta quarta-feira (10), foi marcado por um ato em frente à Câmara dos Deputados contra a violência aos profissionais da imprensa e em defesa da PEC do Diploma. O evento, já considerado histórico, é realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF).
O ato já era esperado na programação do Congresso e teve maior destaque devido às tensões na Câmara dos Deputados, que na tarde do dia 09 foi palco para a violência, sem precedentes, contra os profissionais da imprensa. Além das agressões físicas, também houve ataques à democracia e ao exercício do jornalismo, com o desligamento das transmissões ao vivo da TV Câmara e a retirada de jornalistas do Plenário da Casa pela Polícia Legislativa, sob ordem do presidente da Câmara, Hugo Motta.
A censura e violência contra a imprensa foram adotadas para impedir que os profissionais acompanhassem o protesto do deputado Glauber Braga (PSOL/RJ), que sentou-se na cadeira da presidência da mesa diretora na Câmara dos Deputados, após Motta anunciar que colocaria em votação a cassação do mandato do parlamentar fluminense e também o PL da Dosimetria, que visa diminuir a pena de Jair Bolsonaro e demais envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
Impedidos de entrar na Câmara dos Deputados, as e os jornalistas participantes do 40° Congresso dos Jornalistas realizaram um protesto em frente ao Anexo II da Casa. Durante o ato, a presidenta da Fenaj, Samira de Castro tentou uma reunião com o deputado Hugo Motta, que inicialmente afirmou que receberia uma comissão de jornalistas para tratar das violências contra trabalhadores da imprensa. No entanto, após muita negociação, o encontro não ocorreu.
“O que aconteceu na terça apenas reforçou a importância de estar presente na Câmara dos Deputados. Estivemos na porta para denunciar o absurdo que aconteceu, sobretudo a violência sofrida pelos jornalistas e a censura”, afirmou Thiago Tanji, 2° vice-presidente da Fenaj.
Além do protesto contra a violência e o episódio desta terça-feira, as e os jornalistas demonstraram apoio ao deputado Glauber Braga, manifestaram contra a anistia para os condenados pela tentativa de golpe de Estado e pelos atos do 08 de janeiro de 2023 e em defesa da aprovação da PEC do Diploma de Jornalismo, proposta de emenda que busca restabelecer a obrigatoriedade de diploma para exercício da profissão.
Após o ato na Câmara dos Deputados, as delegações se dirigiram para o Sebrae Asa Norte, onde ocorrem as demais atividades do 40° Congresso Nacional. Ainda na programação do evento, consta, na manhã do dia 11, uma Audiência Pública no Senado com o tema “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil”.
“Esse congresso começa muito bem. Mostramos que o Jornalista tem um papel fundamental para a democracia e para alcançarmos uma sociedade justa e democrática. O Congresso terá esse espírito”, afirmou Tanji.
O Congresso conta com o patrocínio da Caixa, Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Banco do Nordeste (BNB) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), além do apoio da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Associação dos Docentes da UnB (Adunb), Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf-CE), Sindicato dos Bancários do DF e Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
Fotos: João Paulo Almeida e Mário Agra
