O acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros entre Israel e os grupos palestinos armados Hamas e Jihad Islâmica, mediado e patrocinado pelos EUA, Qatar e Egito, entrou em vigor no dia 19 de janeiro (domingo) sem incidentes significativos.
Nos dias que precederam o início da trégua, antes que o Gabinete de Segurança de Israel finalmente autorizasse o acordo, o Exército de Israel intensificou os bombardeios em Gaza e a matança de civis palestinos.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que até o cessar-fogo foram assassinados por Israel pelo menos 47 mil palestinos e outros 111 mil foram feridos desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Mal entrou em vigor a trégua para troca de prisioneiros e reféns, o Exército de Israel deu início a uma brutal ofensiva nos territórios ocupados da Cisjordânia, matando e ferindo civis palestinos na cidade de Jenin. A nova incursão militar de Israel se soma a ataques criminosos de colonos israelenses às propriedades rurais e às vilas palestinas da Cisjordânia.
“Apesar dos atrasos e restrições israelenses, uma primeira onda de prisioneiros palestinos celebra a liberdade”. O primeiro grupo de prisioneiros palestinos libertados em decorrência do acordo de cessar-fogo a chegar à Cisjordânia ocupada foi composto por 69 mulheres e 21 crianças. Matéria do portal noticioso Middle East Eye
“‘Vão para as ruas’: refém libertada pede que israelenses exijam acordo total sobre Gaza, diz irmã”. “Todas as etapas do acordo devem ser concluídas. Não desistam – vão para as ruas até que o último refém retorne. Assim como eu tive a sorte de me reunir com minha família, todos devem ter”, disse a agora ex-refém Doron Steinbrecher, em mensagem divulgada por sua irmã Yamit Ashkenazi. Reportagem do jornal Haaretz
“Israel lança grande ofensiva em Jenin dias após cessar-fogo em Gaza”. Incursão em grande escala na cidade da Cisjordânia, apelidada pelo govero israelense de “Operação Muro de Ferro”, teve início com ataques aéreos mortais. Confira no Middle East Eye
“Exército israelense lança ataque ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia”. Israel lançou um ataque ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, matando pelo menos sete palestinos e ferindo dezenas. Videoreportagem da Al Jazeera disponível aqui
Gabinete de Segurança israelense aprova acordo de cessar-fogo com o Hamas. Matéria da Telesur disponível aqui.
Reunião do governo israelense é convocada após Gabinete de Segurança aprovar acordo de libertação de Reféns. Ampla reportagem do jornal israelense Haaretz, confira aqui
“O começo do fim do genocídio”. Confira no perfil da Sanaúd (Juventude Palestina) no Instagram
“Israel assassina ao menos 81 palestinos nas últimas 24 horas”. Notícia publicada em 16 de janeiro pela Telesur. Disponível aqui
“Israel matou 31 familiares de jornalista da agência turca Anadolu assassinado, diz sua esposa”. Trinta e um integrantes da família de Saed Abu Nabhan foram mortos pelas forças armadas israelenses. Matéria publicada pela TRT World
“Por que você permitiu que meus amigos fossem massacrados?”. O jornalista Max Blumenthal, judeu, editor do site The Grayzone News, criticou publicamente o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante coletiva de imprensa em que o político pró-Israel anunciava o acordo de cessar-fogo. “Por que você permitiu que meus amigos fossem massacrados? Por que você permitiu que as casas dos meus amigos em Gaza fossem destruídas quando fizemos um acordo em maio?”, questionou Blumenthal. “Você destrói nossa religião, o judaísmo, ao associá-la ao fascismo israelense. Por que você permitiu que o Holocausto do nosso tempo acontecesse? Seu legado é genocídio”, disse o jornalista dirigindo-se diretamente a Blinken. Ele foi retirado do local. Vídeo disponível no perfil da Fepal no Instagram, com legendas em português
Jornalista chama Blinken de “criminoso” e seguranças o retiram à força do local. Na mesma coletiva, outro jornalista que confrontou Blinken, Sam Husseini, foi arrancado por seguranças depois de chamar o secretário de Estado de “criminoso” e “genocida”. Confira o vídeo da BBC
“Acordo de cessar-fogo: Netanyahu espera que o Hamas o resgate de sua própria rede de mentiras”. Se Donald Trump quiser impedir Benjamin Netanyahu de fazer descarrilar o acordo de reféns e cessar-fogo, um confronto com o primeiro-ministro israelita pode ser inevitável. A advertência é do jornalista Amir Tibon, do Haaretz. Leia aqui sua análise
“Ministros das Relações Exteriores britânico e dinamarquês denunciam legislação israelense contra a UNRWA”. Em visitas à região, os ministros Lammy e Rasmussen expressaram preocupação com a situação humanitária em Gaza e com a proibição de Israel, que em breve entrará em vigor, às atividades da agência da ONU para refugiados UNRWA. Atualmente, Israel não tem planos claros para transferir as tarefas e autoridades da agência para outras organizações. Matéria disponível no Haaretz
Brasileiros participam da quarta edição do Fórum Internacional Palestino sobre Mídia e Comunicação, realizado em Istambul. Os trabalhos do Fórum coincidiram com a entrada em vigor do cessar-fogo em Gaza. Thiago Ávila, Breno Altman e Soraya Misleh estiveram lá e fazem relatos aqui e aqui também
Protesto em frente ao quartel-general do Exército de Israel. No dia 16 de janeiro, ativistas do Bloco Radical regressaram à sede das forças armadas e do Ministério da Defesa israelense, “no coração de Tel Aviv”, para lembrar aos soldados que entram e saem do local de trabalho que são cúmplices do genocídio em curso. Disponível no perfil do Bloco Radical no Instagram
“A líder palestina Khalida Jarrar está junto de sua família e de seu povo”. A deputada, integrante da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), deixou a prisão israelense de Ofer na madrugada de 20 de janeiro, como parte do primeiro grupo de prisioneiras palestinas libertadas por Israel. “Sua chegada foi motivo de júbilo para o povo da Cisjordânia, pois se temia muito por sua saúde e integridade física, após meses de encarceramento em situações muito difíceis”, relatou o Al Mayadeen. Imagens “antes e depois” que circularam na mídia mostram que em poucos meses de prisão os cabelos de Khalida embranqueceram e seu rosto passou a denotar sofrimento. Reportagem disponível em espanhol, que inclui vídeo postado no Instagram
“É assim que Gaza se parece hoje: a escala da destruição causada por Israel é revelada”. À medida que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas entra em vigor, os moradores de Gaza retornam às suas casas destruídas. Jornalistas e fotógrafos ganham acesso a áreas antes restritas, capturando imagens que revelam o longo caminho para a recuperação dos palestinos na Faixa. Reportagem do Haaretz
“Fadi está lutando por sua vida: Israel bloqueia evacuação de cinegrafista baleado em Gaza”. A história do repórter-cinematográfico Fadi al-Wahidi, atingido por um tiro no pescoço enquanto trabalhava no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza. O projétil causou danos graves às vértebras e à medula espinhal de Fadi, resultando graves consequências físicas, neurológicas e respiratórias. Até 14 de janeiro, quando esta matéria foi publicada no The Guardian, Israel continuava impedindo a remoção do jornalista para que pudesse receber o tratamento adequado. Confira aqui
Protestos contra a conduta criminosa de Israel na Palestina continuam fortes no mundo todo. Confira as manifestações realizadas em Varsóvia (Polônia) e na Nova Zelândia. Em Londres, o jovem jornalista inglês Owen Jones fez um marcante discurso, no qual denunciou não apenas o genocídio, mas também o extermínio de jornalistas palestinos. Confira no Instagram a excelente fala de Jones