Plebiscito de Jornais e Revistas da Capital: vamos dizer NÃO!

Proposta começa a ser votada nesta quarta-feira (07) na editora Abril, editora Globo e Estadão

Depois de quase quatro meses de negociação, na qual as empresas de jornais e revistas da capital insistem em negar a todos os jornalistas a mera reposição inflacionária nos salários (reajuste de 8,76%), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) decidiu realizar um plebiscito a respeito da proposta formalizada em 29 de setembro, para que a categoria possa se pronunciar de forma clara, e consigamos ampliar a pressão por uma proposta melhor.

O primeiro dia de votação acontece nesta terça-feira (06) nas redações da editora Abril (às 15h) e da editora Três (das 13 às 18h).

Na quarta-feira (07) a urna estará na editora Globo (às 15h30), na quinta (08) na Folha de S.Paulo (às 14h30) e na sexta (09) nas redações do jornal Lance! e na Globo Condenast, ambos às 15 horas. Veja o calendário no final do texto.

Em 29 de setembro, o Sindicato das Empresas formalizou a seguinte proposta

a) Reajuste de 8,76% a quem ganha até R$ 10.000.

b) Reajuste fixo de R$ 876,00 para quem ganha acima de R$ 10.000.

c) Pagamento das diferenças de salários retroativas a 1º de junho último até 1º de janeiro de 2016.

d) Reajuste de 8,76% nas cláusulas econômicas (auxílio-creche, vale-refeição, multa quando não há participação nos lucros).

e)  Vale-refeição com desconto de até 20% do benefício para salários de até R$ 4.350, e para quem ganha mais, desconto a critério da empresa.

Esta proposta será submetida à categoria em plebiscito a ser realizado nas empresas e na sede do Sindicato até 9 de outubro, quando então o resultado será comunicado às empresas. A direção do Sindicato defende o voto NÃO, por acreditar que as empresas podem melhorar sua proposta. Mesmo num cenário difícil, as empresas são beneficiadas, desde janeiro de 2014, por uma desoneração tributária que as beneficia com milhões de reais de recursos públicos, e mesmo em 2016, com uma pequena queda na desoneração, estarão entre os setores mais beneficiados. E, se há algum sentido na desoneração, é justamente o de preservar empregos e salários.

Nossa data-base é 1º de junho. No início das negociações, reivindicamos a reposição da inflação em todos os salários (8,76%), mais 3% de aumento real, por conta do aumento da produtividade, além de cláusulas que impeçam demissões em massa, obrigando negociações prévias com o Sindicato.

A primeira proposta patronal, em junho, foi de reajuste em duas parcelas de 4,29%: uma em 1º/6 e outra em 1º/1/2016 (sem retroatividade, e com a faixa de salários acima de R$ 13.472 tendo dois reajustes fixos). Depois, em julho, as empresas propuseram antecipar a segunda parcela para 1º/12. No final de agosto, mudaram a conversa: propuseram 8,76% de reajuste retroativo a 1º/6 para salários até R$ 5.000; 7% para salários de R$ 5.000 a R$ 10.000; e um fixo de R$ 700 para salários acima de R$ 10.000, sem complementa-ção posterior, com as diferenças de salário sendo pagas até 1º de janeiro. Agora,  fizeram esta última proposta.

Na última rodada, nosso Sindicato chegou a aventar uma proposta de acordo: 8,76% para todos os salários até R$ 13.472 retroativo a 1º/6; para salários acima disso, reajuste fixo de R$ 1.180 em 1º/6, complementado-se os 8,76% em 1º/1; as diferenças salariais pagas até janeiro. Sobre o tíquete-refeição, a proposta do Sindicato foi de desconto máximo de 20% para salários até R$ 5.000, e de 40% para salários acima disso. As empresas ficaram de estudar um desconto escalonado por salário.

A direção do Sindicato avalia que a proposta das empresas ainda pode melhorar, desde que a categoria se mantenha firme e vote NÃO no plebiscito. Será uma posição importante para mostrar nosso descontentamento com a atual situação de pressão nas redações, em defesa de nossos empregos e de nossos salários.

Plebiscito de Jornais e Revistas