A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, através do secretário geral, André Freire, entrou em contato na tarde desta quarta-feira (dia 21) com a direção da RedeTV para questionar o não pagamento dos jornalistas que recebem como Pessoas Jurídicas (PJs) na emissora, que estão com salários atrasados.
Após várias denúncias realizadas pelos profissionais da empresa, no Sindicato, no facebook e também por correio eletrônico, a entidade sindical decidiu acionar o Ministério do Trabalho e solicitar uma mesa-redonda para discutir as irregularidades denunciadas pelos profissionais.
A direção da Rede TV decidiu enrolar para atender o Sindicato e, por isso, a decisão de entrar no Ministério do Trabalho com pedido de mesa-redonda que, por ser final de ano, somente voltará a funcionar no início de janeiro.
André Freire falou inicialmente com um funcionário do RH, que por sua vez passou para a coordenadora de RH que disse só resolver questões referentes aos celetistas, que encaminhou o atendimento para a funcionária responsável pela contratação de PJs, que disse que não estava autorizada a falar e só quem poderia dar informações era o diretor financeiro Carlos Marin, que estava em uma reunião fora da empresa. Por fim, se sugeriu que se falasse com o diretor de Comunicação, Caetano Bedaque, que não retornou a ligação.
Não é segredo para ninguém que a situação da Rede TV é degradante mas, o que é pior, os funcionários (inclusive os jornalistas) são tratados com desrespeito profissional pela direção da empresa, não só por atrasos nos salários, como também pela más condições de trabalho. Há denúncias, inclusive, de que o FGTS não é depositado. A crise, segundo informações, é decorrência de uma divergência entre os sócios, Amilcare Dallevo e Marcelo Carvalho (foto)
Nesta terça-feira (dia 20), para piorar o clima de insatisfação que reina na empresa, a apresentadora Rita Lisauskas, do “RedeTV! News”, foi afastada após reclamar publicamente do atraso dos salários na emissora. Há funcionários que estão sem receber desde outubro. Segundo informações obtidas pelo Sindicato, a maioria é PJ. Com mais de dois meses de atraso nos salários estão apresentadores e repórteres especiais.
Desabafo
Um jornalista que não quis se identificar fez o seguinte desabafo ao Sindicato: “Essa falta de respeito já perdura por anos. Eles (a direção) intimidam o funcionário Fazem as pessoas de palhaços. Não pagam horas extras, não dão verba de viagem corretas e estipuladas no acordo, não respeitam o acordo nem no quesito das 11 horas de descanso.
E continua: “Eles cobram funcionários por danos causados em equipamentos, danos causados pela exigência excessiva de cumprir a pauta, e usam esse argumento como forma de intimidação. Equipes de produção como Pânico, Superpop e outras, ganham as horas extras integrais, tickets (um valor ridículo, porém ganham), e os jornalistas mal conseguem verba de estacionamento, pois tem que esperar o motoboy. Todas as vezes que necessitam parar a viatura “da empresa” em um estacionamento particular ou pagamos dos nossos bolsos e esperamos o reembolso por mais de 10 (dez) dias”.
“Se as equipes de jornalismo estiverem na pauta então, ai danou-se , pq quem não tiver dinheiro no bolso, ficará sem água, sem almoço e terá que ficar “até o arroz secar” (jornalistas entendem esse termo) e no final do mês recebemos o piso como radialistas. Não existe o mínimo de condições de uma equipe dessa emissora permanecer numa externa, sem capa de chuva, sem guarda-sóis, sem a água, etc”.
Foto: divulgação/RedeTv
