O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), por meio de sua Regional Campinas, e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestam sua profunda solidariedade à vereadora Mariana Conti (PSOL), alvo de uma campanha de perseguição política promovida por vereadores da extrema-direita na Câmara Municipal de Campinas. A tentativa de cassar seu mandato, em retaliação à sua participação na Global Sumud Flotilha, missão humanitária de apoio ao povo palestino, constitui um ataque à democracia, à liberdade política e à solidariedade internacional.
Quando de sua atuação na Flotilha, Mariana teve seu afastamento previamente aprovado pela Câmara Municipal e viajou com recursos próprios, exercendo de forma legítima e legal o direito de participar de ações de solidariedade internacional. A vereadora integrou a delegação brasileira da Flotilha, composta por mais de quarenta embarcações tripuladas por parlamentares, ativistas e defensores dos direitos humanos de diversos países, que levavam alimentos, medicamentos, água e próteses a serem entregues à população civil de Gaza, vítima de um bloqueio criminoso e do genocídio perpetrado por Israel.
A Flotilha foi interceptada em águas internacionais, e seus tripulantes sequestrados ilegalmente por forças israelenses, num ato de pirataria amplamente condenado por organizações internacionais. Enquanto Mariana ainda estava presa numa masmorra israelense, ao lado dos demais tripulantes da Flotilha, parlamentares da extrema-direita espalharam calúnias contra ela e defenderam a abertura de uma Comissão Processante, numa tentativa de criminalizar o corajoso compromisso de solidariedade com o povo palestino que a jovem vereadora assumiu.
O SJSP e a Fenaj atuam na defesa dos direitos humanos e na solidariedade aos povos oprimidos. Estamos ao lado de todos os que se levantam contra o Estado colonial e terrorista de Israel, responsável pelo genocídio em Gaza, por atrocidades na Cisjordânia e Jerusalém e por crimes de guerra em toda a região. Denunciamos que mais de 250 jornalistas foram assassinados na Palestina desde o início da ofensiva israelense — um dos maiores ataques ao jornalismo e à liberdade de imprensa da história recente, evidenciando o intuito do regime sionista de calar a verdade.
Perseguir quem denuncia genocídio e crimes de guerra é uma afronta à humanidade e uma tentativa covarde de silenciar as vozes que resistem ao colonialismo e à opressão. Reafirmamos nosso mais absoluto repúdio à tentativa de cassação do mandato de Mariana Conti, nossa solidariedade irrestrita à sua atuação valente, de cunho inteiramente humanitário, e nosso compromisso em seguir denunciando o genocídio em curso e defendendo a liberdade de expressão, o jornalismo livre e a soberania dos povos.
Palestina Livre — do rio ao mar!
SJSP – Regional Campinas
Fenaj
