Chegaram ao Brasil na manhã desta quinta-feira, 9 de outubro, 13 integrantes de nacionalidade brasileira da “Global Sumud Flotilha” que foram sequestrados(as) por Israel em águas internacionais do Mar Mediterrâneo, juntamente com os demais tripulantes de mais de 40 embarcações de diversos países que se dirigiam a Gaza com ajuda humanitária e foram interceptadas, ilegalmente, pela Marinha israelense.
Aterrissaram no aeroporto internacional de Guarulhos logo depois das 10h, provenientes de Doha, em vôo da Qatar Airways, Ariadne Telles, Bruno Gilga Rocha, Gabrielle Tolotti, João Aguiar, Lisiane Proença, Lucas Farias Gusmão, Luizianne Lins, Magno Carvalho Costa, Mariana Conti, Miguel Viveiros de Castro, Mohamed El Kadri, Thiago Ávila e Victor Nascimento Peixoto. Outro integrante da delegação brasileira da Flotilha e primeiro a ser deportado por Israel, Nicolas Calabrese, foi solto no dia 4 e retornou ao Brasil dois dias depois.
“Nossos objetivos eram muito claros: romper o cerco físico, romper o cerco midiático, levar ajuda humanitária para o povo de Gaza. Não conseguimos romper o cerco físico, mas ao ver tantos jornalistas aqui e tantas matérias que saíram eu acho que a gente começou a romper esse cerco midiático. Isso é muito importante”, disse em entrevista coletiva João Aguiar, coordenador da delegação brasileira. “Vamos lembrar que a Palestina hoje está devastada e destruída. A gente não pode parar essa luta. Então eu convoco toda a esquerda que se una, que se junte, porque a nossa luta maior é contra o colonialismo, contra o imperialismo. A questão palestina é a grande régua moral do nosso tempo”.
Thiago Ávila, por sua vez, destacou a importância do dia de hoje, em que se comemora o cessar-fogo em Gaza, apesar de ataques esporádicos de tropas israelenses sobre a população palestina. “Hoje é um dia importante não para nós, mas para a Humanidade. Um dia que acontece um cessar-fogo que deveria ter acontecido dois anos atrás. O dia que acontece o cessar das bombas, que não deveriam ter caído sobre o povo palestino ao longo de oitenta anos”, disse o ativista. “Saímos 31 dias atrás de Barcelona com a ideia de abrir um corredor humanitário, para que crianças parassem de serem mortas de fome por Israel em Gaza. Não conseguimos isso, fomos atacados por drones e explosivos, interceptados, sequestrados e levados para uma prisão no deserto da Palestina histórica ocupada. Depois de sete dias na prisão, pessoas resistiram bravamente com a mesma dignidade que saíram de suas casas. No mesmo senso de justiça e humanidade, elas saíram da prisão entendendo que, por conta daquela missão que mobilizou 462 pessoas e mais de 40 barcos, voltamos para um cenário um pouco diferente”.



