Na última quarta-feira, 27 de novembro, dezenas de profissionais que trabalham nas emissoras de rádio e televisão de São Paulo rejeitaram de maneira unânime a proposta patronal para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), cuja data-base é no dia 1º de novembro.
A categoria avaliou que a reposição salarial pela inflação do período, de 4,49%, não é suficiente diante das reivindicações apresentadas às empresas. Além disso, novas redações propostas pelos patrões em algumas das cláusulas apresentam pioras nas condições de trabalho e até a possibilidade de redução salarial: no caso do texto apresentado pelos patrões que trata da Sistemática da Compensação de Horas, houve a exclusão da garantia que a sexta e a sétima horas extras serão pagas e naõ remetidas ao banco de horas.
Outra questão recebida com indignação pela categoria foi a proposta de que empresas que ofereçam um “pré-Acordo Coletivo” estariam desobrigadas de pagar a cláusula do Quinquênio.
Diante disso, as e os jornalistas aprovaram uma contraproposta que mantém a luta pela reposição da inflação, mais 3,5% de ganho real. Reivindica também que se tenham dois pisos salariais (da Capital e dos Demais Municípios, com garantia de ganho real), além da concordância dos patrões em negociar um calendário para discutir a cláusula de PLR.
Na assembleia, a categoria também concordou em abrir uma negociação a respeito da jornada de trabalho, para que a negociação de banco de horas seja realizada por empresa, por meio de acordo coletivo ,além do fim das escalas de plantão de 1 por 1.
A contraproposta da categoria também inclui a negociação da cláusula de Assédio Moral e Sexual, além da reivindicação de que se contemple na CCT a garantia de igualdade salarial e a participação do Sindicato nos processos eleitorais das Cipas.
Em mesa de negociação, que ocorreu no dia 28 de novembro, as empresas não apresentaram uma nova proposta, indicando que não realizariam uma nova reunião nesta semana. Como resposta, o Sindicato dos Jornalistas argumentou que a categoria já se organiza para realizar quantas assembleias forem necessárias para dar continuidade às negociações ao longo dos próximos dias, avançando em uma negociação que contemple conquistas.
É muito importante que as e os jornalistas que trabalham nas emissoras paulistas fiquem atentos para a convocatórias das próximas assembleias e participem da Campanha Salarial para que seja possível uma negociação que não se prolongue no tempo, mas que garanta avanços na Convenção Coletiva de Trabalho, o documento que regulamenta as condições de trabalho da nossa categoria.