Na manhã desta quarta-feira, 19 de julho, representantes dos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas estiveram na porta da TV Record para protestar contra as demissões de dezenas de profissionais que acontecem desde o início da semana na sede da empresa.
Mas o passaralho já havia começado desde os primeiros dias de julho, quando RecordTV Paulista, filial da empresa, demitiu as únicas jornalistas da sucursal em Sorocaba. Cortes semelhantes foram registrados em diferentes locais onde a emissora tem afiliadas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) busca contato com a TV Record desde as primeiras informações de que a empresa realizaria demissões. Mas até o momento, tudo o que recebemos foi o silêncio da direção da emissora.
Nos últimos meses, o Sindicato buscou contato com a TV Record para tratar de outros assuntos de interesse da categoria, como a insegurança da região onde a emissora tem sede, no bairro da Barra Funda. Mas não houve qualquer tipo de resposta.
Diante disso, o Departamento Jurídico do SJSP tomará as medidas necessárias contra essa clara atitude antissindical da TV Record. Para piorar, a realização de demissões em massa sem negociação prévia com os sindicatos contraria recente disposição do STF, que estabelece a obrigatoriedade de diálogo prévio entre empresas e entidades sindicais.
Até o momento, a quantificação do número de jornalistas demitidos é obtida apenas com a apuração interna do Sindicato, já que a emissora se recusa a fornecer informações sobre os cortes. Mas sabemos que ao menos 15 jornalistas da capital perderam o emprego nesses últimos dias.
No ano passado, a CNN Brasil realizou demissões em massa sem negociação prévia com o Sindicato e foi pressionada a fazer um acordo estabelecendo a extensão do plano de saúde e uma indenização aos demitidos, graças à mobilização dos jornalistas. Diante dessa experiência, convidamos os profissionais da TV Record a se somarem nesta luta.