O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) lamenta a postura do jornal Cruzeiro do Sul, periódico centenário da região de Sorocaba, que rompeu negociação com a entidade sindical e demitiu quatro jornalistas na última quinta-feira, 18.
Há dois meses, o SJSP estava em diálogo com a direção do Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do Cruzeiro do Sul, para tratar das demissões e de casos de assédio moral na redação. O SJSP apresentou propostas para impedir e minimizar os efeitos das demissões, sempre em constante diálogo com os jornalistas.
“Desde o primeiro contato a diretoria do jornal não negou a necessidade de fazer demissões, alegaram problemas econômicos. Diante desse quadro, nós propomos um plano de redução de jornada para manter os empregos e, caso não fosse possível, a abertura de um PDV, para diminuir a tensão. Infelizmente, nada foi aceito pelo jornal”, explica a diretora da Regional Sorocaba Fabiana Caramez.
O SJSP está em contato e prestando todo atendimento necessários aos profissionais demitidos.
“Nós lamentamos essa postura, pois a FUA desempenha um papel social na região de Sorocaba e era esperado mais sensibilidade para tratar do desligamento de seus funcionários, que dedicaram anos de vida ao jornal”, expressa o secretário do Interior e Litoral José Eduardo…
Fim do assédio moral na redação
O SJSP recebeu diversas denúncias sobre a prática de assédio moral por parte do então editor-chefe do jornal Cruzeiro do Sul. Essa questão foi levada à mesa de negociação e o SJSP exigiu que o jornal tomasse uma atitude para parar com a prática de assédio moral. No último mês, a direção do Cruzeiro do Sul achou por bem demitir o editor-chefe.
“O assédio moral é terrível para o trabalhador, o ambiente de trabalho fica pesado e as pessoas adoecem. Nós sabemos que nem sempre a troca de pessoal resolve a situação, que o ideal é a empresa construir um ambiente saudável de trabalho. Essa foi a nossa reivindicação”, pontua Fabiana Caramez.
Após o assédio moral ocorrido na redação do jornal Cruzeiro do Sul em 2017, no período da greve geral, que teve repercussão nacional, a FUA assinou com o Ministério Público do Trabalho (MPT) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para coibir o assédio moral e hoje os trabalhadores de toda a Fundação contam com uma comissão de trabalhadores para receber denúncias de assédio moral, averiguar e propor à empresa as ações para coibir esse grande mal da relação de trabalho contemporânea.
Além da comissão, o TAC determinou à FUA a promoção de palestras sobre assédio moral com a presença de toda a sua diretoria juntamente com os trabalhadores, a veiculação de uma campanha interna contra o assédio moral e a publicação no jornal de matérias de interesse do MPT.