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Jornalistas em defesa de eleições democráticas

Jornalistas em defesa de eleições democráticas

Os brasileiros vivem há um ano e meio sob um estado de exceção. A cada dia, fica mais claro o real significado do golpe de agosto de 2016: seus objetivos são o desmantelamento dos direitos trabalhistas, feito por meio das leis liberando as terceirizações e pela (contra)reforma trabalhista; a entrega do patrimônio público brasileiro ao capital privado nacional e internacional, como no caso do petróleo do pré-sal; a transferência dos recursos públicos para os bancos, na forma do corte profundo nos serviços públicos, liberando bilhões de reais para o pagamento da chamada dívida pública. É um plano de guerra contra as condições de vida da população, conduzida por um governo ilegítimo, com medidas que jamais seriam aprovadas em qualquer eleição, a exemplo das pretendidas mudanças na Previdência, para bloquear o direito à aposentadoria. Por isso, o recurso ao arbítrio.

O fato incontestável é que a maioria dos brasileiros sente hoje, na pele, a piora nas condições de vida pelo corte de recursos na saúde, na educação, pela perda do emprego, pela precarização dos direitos, pelo desmonte das políticas sociais.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), em conjunto com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), lastreados por sua tradição histórica de entidades presentes na luta democrática, tomaram posição desde o início contra o golpe, em defesa da democracia e dos direitos do povo brasileiro.

O que temos visto nos últimos meses, infelizmente, é a cúpula das instituições de Estado patrocinando um regime contra a democracia: o Executivo, na figura do golpista Michel Temer; o Legislativo, cuja amplitude do envolvimento com a corrupção e a profundidade do divórcio com o povo brasileiro despertam repugnância; e o Judiciário, que atropela garantias constitucionais e atua de forma política.

Neste contexto de regressão sem precedentes, faz parte da democracia que, como indicam as pesquisas, parcela significativa da população identifique no ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva o canal para expressar sua rejeição aos rumos que tomou o país e de defender que os interesses nacionais e os da classe trabalhadora brasileira passem a ser a tônica das diretrizes de um novo governo.

Vemos no processo que se julga agora, em segunda instância, em Porto Alegre (RS), falhas insanáveis, resumidas nos fatos de que, sem provar qualquer ligação com ilegalidades ocorridas na Petrobras, tal processo não poderia sequer ter sido julgado em Curitiba (PR), o que o torna nulo; de que não há prova de que o apartamento tenha sido ou seja de Lula; e que a base da sentença em primeira instância são delações premiadas, cujos termos são negociados em detalhes pelos promotores (como os próprios jornais noticiam). O conjunto é coerente com o comportamento reprovável de autoridades judiciais que violam sigilos telefônicos e pisoteiam o direito constitucional de jornalistas ao sigilo de fonte, como já denunciou este Sindicato.

Por meio desta nota, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo se soma a amplos setores democráticos do país, a professores, intelectuais, artistas, sindicalistas, trabalhadores, para afirmar que – independentemente da opinião de cada jornalista em relação à candidatura de Lula ou a qualquer outra candidatura –, os brasileiros têm o direito à participação de Lula nas urnas em outubro próximo, pois têm o direito inalienável a eleições democráticas. É um direito que se soma ao de lutar pela revogação da reforma trabalhista, que, neste exato momento, é usada como arma para as empresas de comunicação retirarem direitos de nossa categoria e rebaixarem nossas condições de trabalho.

Estaremos presentes no ato de hoje, às 17h, na praça da República, para dizer claramente: “Jornalistas em defesa de eleições democráticas”. Convidamos todas(os) as(os) jornalistas a comparecerem conosco, partindo da sede do Sindicato na hora do ato.

Fazemos nossas as palavras do ex-presidente do Sindicato e da Fenaj, o grande jornalista Audálio Dantas: “Defender a candidatura de Lula é defender o direito de qualquer cidadão se candidatar, é atuar para interromper o processo de golpe que tenta evitar que o país retome a sua democracia”.

Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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