O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) enviaram ofício nesta sexta-feira, dia 20 de janeiro, para o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Piracicaba, solicitando acompanhamento das investigações sobre as ameaças que os profissionais de Limeira vêm sofrendo.
Os jornalistas do Jornal de Limeira (associado à Associação Paulista de Jornais – APJ), da Gazeta de Limeira e da TV Jornal estão sendo intimidados por meio de correspondências eletrônicas anônimas após cobertura de denúncias contra familiares do prefeito Silvio Félix (PDT) e sobre os trabalhos da Comissão Processante da Câmara Municipal. As mensagens, vindas de provedores de acesso à internet desconhecidos e do exterior, foram enviadas após a operação do MP deflagrada em 24 de novembro, quando a esposa, filhos, parentes e outras pessoas próximas a Félix foram presas. Eles são investigados por suposto enriquecimento ilícito.
Leia a íntegra do documento:
São Paulo, 20 de janeiro de 2012
Ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Piracicaba
Caros senhores,
A Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas – através da sua vice-presidente sudeste, Márcia Quintanilha e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, através de seu presidente José Augusto Camargo e o diretor da Regional Piracicaba, Martim Vieira Ferreira, ao tomarem conhecimento de que este órgão abriu procedimento de investigação criminal devido ás denúncias feitas por jornalistas da cidade de Limeira, que estão recebendo uma série de ameaças anônimas, reivindica atenção especial neste caso e solicita que seja permitido também acompanhamento das citadas entidades nesta apuração.
Os fatos relatados de ameaças a profissionais dos órgãos de imprensa da cidade de Limeira são uma clara demonstração de tentar atrapalhar o exercício profissional da imprensa local e intimidar esses trabalhadores.
Segundo dados do Relatório da Fenaj referente a agressões, demonstra que no Brasil o trabalho de jornalista ainda incomoda muitos setores que, incapacitados de conviver com a democracia, julgam-se no direito de bater, prender, insultar e, em alguns casos, até matar. O nosso relatório “Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil” registrou 40 relatos de violações de direitos dos jornalistas brasileiros e no topo da lista de agressores estão agentes públicos, as polícias e os políticos.
Neste sentindo, repudiamos todos estes atos que ferem a Liberdade de Imprensa e de Expressão e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e a Fenaj vão ficar atentos para a elucidação de mais este atentado à nossa profissão. Infelizmente, esta situação acaba prejudicando que o cidadão comum receba informação de qualidade, pois só a imprensa local é quem tem condições de fazer isso, por estar mais próximo da população.
