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Jornalistas voltaram às ruas para defender democracia e direitos sociais

Jornalistas voltaram às ruas para defender democracia e direitos sociais


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Sindicato atua para evitar agressões contra profissionais de imprensa

A direção do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo voltou às ruas no dia 31 de março para participar do ato “Em Defesa da Democracia e Contra o Golpe”, organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne mais de 60 entidades dos movimentos sociais e sindical e a Frente Povo Sem Medo. A manifestação reuniu cerca de 60 mil pessoas na praça da Sé, local histórico de luta por eleições diretas no Brasil, mas que desta vez serviu como cenário para o movimento de resistência contra o impeachment (golpe) da presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente com mais de 54 milhões de votos.

Os jornalistas levaram às ruas a sua experiência de quem já viveu sob a censura e a intolerância midiática durante o regime militar de 64, mas também engrossaram o coro com outras bandeiras de luta como a manutenção dos direitos sociais, contra o ajuste fiscal e a reforma da previdência, além de exigir uma outra política econômica, diferente da que vem sendo desenvolvida pelo governo federal.

Os dirigentes sindicais, mais uma vez, reforçaram os pedidos para que os manifestantes não realizassem qualquer ato hostil contra os jornalistas que estavam trabalhando. Na oportunidade foi distribuído panfleto com o título “Jornalista é Trabalhador” dizendo que os profissionais “estão trabalhando, e não têm responsabilidade pela linha editorial de seus empregadores”. Também foi divulgado nele um número telefônico para o acionamento de um diretor e do Departamento Jurídico do Sindicato, caso houvesse qualquer hostilidade contra profissionais de imprensa.

Os sindicalistas foram à manifestação utilizando uma camiseta com os dizeres “Violência contra jornalistas, Atentado contra a Democracia”, já que a entidade tem se empenhado na preservação do profissional de jornalismo pois, desde as manifestações de 2013, foram registradas agressões a jornalistas em manifestações políticas e a questão da violência e a liberdade de expressão tornou-se uma das preocupações da diretoria.

Desde então, a entidade conseguiu incluir em Convenções Coletivas a obrigatoriedade do fornecimento de equipamentos de segurança pelas empresas em coberturas de risco e dirigiu-se, por diversas vezes, ao Governo do Estado, à Ouvidoria da Polícia e à Secretaria de Segurança Pública para protestar contra a violência policial e exigir a apuração e punição de agressões contra profissionais da imprensa.

 

Golpe militar

Na manifestação foi lembrado também que há 52 anos o Brasil sofreu um golpe militar, período mais duro e repressivo do país. Já a praça da Sé, local escolhido para o ato desta quinta, foi palco de um dos momentos políticos mais importante do Brasil, as Diretas Já, que pediu, em 1984, eleições presidenciais diretas.

O presidente da CUT São Paulo e coordenador da Frente Brasil Popular São Paulo, Douglas Izzo, informou que as mobilizações desta quinta ganharam dimensões internacionais, citando os atos que ocorrem em cidades como Londres, Paris, Montevideu e Buenos Aires. “Aqui, neste país, tem um povo que é de luta, que é da cidade e do campo. E está hoje na Praça da Sé, no Brasil e no mundo, defendendo a democracia e a luta da classe trabalhadora”.

Lembrou que os próximos dias serão decisivos para o futuro do país e que, por isso, a agenda de luta deve ser diária. “É importante a gente procurar cada deputado [federal] no Estado de São Paulo e convencê-lo a votar contra o impeachment da presidenta, pois não existe nenhum argumento para esse processo seguir adiante”.

Presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Ângela Meyer, lembrou que foram os militantes das entidades presentes no ato de hoje que lutaram e morreram para conquistar a democracia vigente no país. “Que fez a gente ter direito de ocupar qualquer espaço público para dar a nossa opinião”. Ela diz que os mesmos movimentos irão resistir e lutar. “Não deixaremos acontecer esse projeto político dos golpistas e o que ele representa. Aqui em São Paulo [com o governo do PSDB] já vivemos na pele as consequências desse projeto, que não tem prioridade ao povo”.

Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), reforçou a importância das mobilizações, contando que a Frente Brasil Popular tem criado vários comitês contra o golpe pela cidade.

O vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, comemorou a diversidade de bandeiras e pautas que estavam presentes, assim como a unificação de muitos movimentos para combater as ameaças da direita. “É muito bom ver essa ampla mobilização democrática que se unifica num momento decisivo da história do nosso país, em defesa do Estado Democrático de Direito”.

Em um dos momentos, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, pegou o microfone e optou por fazer uma canção, convidando todos para acompanhá-lo em “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré. A multidão, emocionada, cantou minutos depois o Hino Nacional Brasileiro.

 

Representações

Durante o ato, várias personalidades de diferentes segmentos, da política, das artes e dos movimentos populares, se revezam ao microfone para transmitir suas mensagens. A cartunista Laerte chegou em marcha com um grupo de escritores segurando uma faixa com a escrita “Não ao golpe!”. Em cima do caminhão, ela leu trecho do Manifesto dos Escritores e Profissionais do Livro Pela Democracia que reúne o apoio de grandes intelectuais brasileiros.

Integrantes do Coletivo Democracia Corinthiana, um dos maiores movimentos políticos da história do futebol, também marcaram presença e convidaram torcedores de outros times a se unirem contra a tentativa de interrupção do processo democrático do Brasil. “A gente participou do movimento das Diretas. Enquanto atletas e cidadãos contribuímos para reestabelecer o Estado de Direito e hoje a gente volta com esse objetivo, o de continuarmos com o direito de eleger os nossos mandatários”, disse o ex-jogador Wladimir dos Santos.

Representantes de diferentes religiões fizeram falas mostrando-se preocupados com o momento político. O presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil, Dom Flávio Irala, disse que as igrejas cristãs ecumênicas estarão juntas na luta contra o retrocesso. “Venho reafirmar a defesa pela democracia e o nosso protesto contra essa tentativa de golpe, baseado nos interesses estrangeiros e contra as conquistas sociais que nós experimentamos nos últimos anos”.

 


Da redação com informações da CUT/SP

Foto: Ricardo Stuckert – foto aérea da manifestação na Praça da Sé

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