Na última terça-feira, 14 de fevereiro, mais de 100 jornalistas estiveram reunidos em assembleia para avaliar a última proposta patronal. De maneira unânime, a categoria aprovou o encaminhamento da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), concedendo um mandato à diretoria do Sindicato dos Jornalistas para negociar os últimos detalhes da campanha salarial.
Nesta quinta-feira, os representantes da categoria e as emissoras assinaram a CCT, que conta com 43 cláusulas responsáveis por regular as relações de trabalho dos jornalistas com as empresas de rádio e televisão (o documento será digitalizado e ficará disponível no site do Sindicato).
O reajuste pela inflação do período, de 5,97%, será concedido a todos os jornalistas que trabalham nos municípios do estado, com exceção da capital. Na cidade paulistana, as empresas delimitaram o reajuste em faixas salariais: quem ganha até R$ 15 mil no contrato de 5h (para quem trabalha às 7h diárias, o salário correspondente é de R$ 26,2 mil) terá a inflação completa. Para vencimentos acima dessas faixas, o reajuste será de 4,5%.
As cláusulas econômicas (como auxílio-creche e Vale Refeição) também serão reajustadas pela inflação de 5,97%.
Além disso, a categoria conseguiu avançar em relação à última proposta patronal sobre o abono. Ao final, as empresas concordaram em pagar um abono de 18% do salário para todos (antes, tinham apresentado um índice de 15%). Tanto o reajuste quanto o abono serão aplicados na folha salarial de março.
Por fim, as demais cláusulas da CCT seguem de maneira idêntica ao documento assinado em 2022.
Na assembleia, as e os jornalistas reunidos destacaram a importância de fechar o acordo ainda em fevereiro – no ano passado, a CCT foi assinada em setembro, após muita luta e resistência da categoria diante da tentativa dos patrões de arrocharem os salários em uma inflação em disparada.
O sentimento positivo com o desfecho da negociação é resultado direto da mobilização dos profissionais, que têm aumentado sua participação nas assembleias e se engajado diretamente nas atividades organizadas pelo Sindicato. Com isso, ficamos mais unidos e fortalecidos diante dos patrões, o que aumenta a possibilidade de conquistarmos nossas reivindicações.
Agora, a luta continua. Devemos seguir batalhando pelo retorno da cláusula de PLR e também garantir que haja apenas um piso em todo o estado, para dar fim à disparidade salarial entre trabalhadores da capital e das demais cidades. Afinal, somos uma única categoria e merecemos salários, direitos e dignidade. A luta continua!