Na segunda rodada de negociações entre o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e os representantes das empresas de jornais e revistas da capital, os patrões apresentaram sua primeira proposta para a categoria. Infelizmente, com ofertas absolutamente insuficientes diante da realidade econômica e que ainda tentam prejudicar a organização das e dos jornalistas a partir do sindicato.
As empresas apresentaram um reajuste de 6% (diante de uma inflação de 11,9%) para salários até R$ 5.156,59 – vencimento inferior ao piso de sete horas da categoria, que deveria ser de R$ 5.893,25. Para salários superiores a R$ 5.156,59, propuseram um reajuste fixo de R$ 309,40. E sem retroativo: tais reajustes seriam praticados um mês após a assinatura da Convenção Coletiva.
Além disso, os patrões tentam inviabilizar na prática a cláusula da multa da PLR, afirmando que pagarão R$ 862,38 (ou seja, reajuste zero), “desde que a empresa tenha lucro operacional em seu balanço patrimonial relativo a 2022”. Como sabemos, a multa diz respeito à ausência de um programa de PLR para a empresa e não tem vinculação aos resultados efetivos da companhia.
Em relação ao VR, a oferta é de R$ 15,73 para empresas com até 20 empregados e R$ 23,28 para as redações acima de 20 empregados (reajuste de 6%). As empresas também sequer se propõem a discutir a reivindicação apresentada pela categoria sobre a extensão do auxílio-creche para jornalistas homens.
Por fim, um dos pontos mais inacreditáveis da proposta patronal: em 2021, o Sindicato firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho para estabelecer o recolhimento do valor mensal de R$ 30 dos jornalistas que não são sindicalizados. Esse valor é revertido integralmente na sustentação material do Sindicato – em 2021, 14,2% do orçamento da entidade teve relação com essa contribuição. Mesmo com o TAC, os patrões propõem uma mudança na redação que inviabiliza na prática o recolhimento dessa contribuição, exigindo a assinatura de cada jornalista. Uma clara retaliação ao Sindicato e seu trabalho de organizar nossa categoria.
Diante de tudo isso, não resta outra alternativa: devemos realizar grandes assembleias desde o início da campanha salarial e relembrar o movimento vitorioso de 2021, que possibilitou a conquista da reposição salarial para boa parte da categoria após uma paralisação histórica.
Sabemos que não será uma jornada fácil, mas juntas e juntos somos mais fortes!
Participem da assembleia virtual que ocorrerá amanhã, 30 de junho, em dois horários: às 10h30 e às 20h.