Representar a nossa categoria é, também, defender o seu livre exercício profissional. Nos unimos à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e outras entidades para realizar atividades e manifestos a favor da democracia e do Jornalismo, diante dos muitos casos de violência que ocorreram e seguem em curso por governos alinhados ao bolsonarismo. Seguimos alertas, disponibilizando o acompanhamento pessoal de cada colega, com suporte do Departamento Jurídico, e promovendo as devidas denúncias públicas de cada caso. Realizamos um trabalho preventivo contra ataques a profissionais, por meio de distribuição de cartilha com orientações sobre condições seguras para as coberturas e como proceder em caso de agressões.
Construímos, junto com a FENAJ e a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), propostas para a taxação das grandes plataformas digitais, as big techs que, de maneira monopolista, drenam os recursos dos veículos de comunicação nacionais. Como uma forma de avançarmos na sustentabilidade da atividade jornalística, apoiamos a criação do Fundo Nacional de Apoio e Fomento ao Jornalismo. Na defesa da democracia, é necessário também aprofundarmos o debate a respeito da regulamentação das plataformas (que teve discussão iniciada a partir do Projeto de Lei 2.630) e do uso da Inteligência Artificial (IA), que até agora tem servido apenas para desvirtuar o trabalho jornalístico e desempregar colegas, o que é inaceitável.
Nossos combates envolvem, igualmente, a defesa da diversidade e da igualdade racial na nossa profissão. Constituímos, junto com a FENAJ e por meio da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), a Coalizão Pela Mídia Negra, uma iniciativa que se soma a outras 55 organizações de todo o país e que tem como missão central promover políticas públicas que combatam a desigualdade social e racial na mídia, bem como a sub-representação e estereotipagem das comunidades negras, periféricas e indígenas.
CONSTRUÇÃO COLETIVA
Nossa ação é intransigente contra as formas de contratação que precarizam o trabalho do jornalista. Denunciamos a pejotização que, na maioria das vezes, constitui fraude trabalhista, por exigir das e dos jornalistas tudo aquilo que caracteriza o vínculo empregatício: a pessoalidade, a habitualidade, a subordinação e a onerosidade. Lutaremos para que a categoria possa exercer sua atividade de maneira plena, com seus direitos assegurados.
Lutamos por ambientes de trabalho dignos, justos e saudáveis para todas e todos os jornalistas. Contra o assédio moral e o assédio sexual, que infelizmente são uma triste marca nos mais diversos locais de trabalho. Queremos avançar em negociações coletivas que resultem no aprimoramento de direitos nos diferentes locais de trabalho de nossa categoria, como em sites, plataformas digitais, entidades supostamente sem fins lucrativos e sindicatos.
Ao lado da FENAJ estamos comprometidos com a luta pela aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 206/2012 – PEC do Diploma, com o objetivo de retomar a exigência de formação superior em jornalismo para o exercício da profissão, necessidade fundamental para valorização e qualificação da profissão.
A crise estrutural dos veículos tradicionais de comunicação em todo o Planeta, que tem relação direta com a ascensão das plataformas digitais, exerce permanente pressão sobre a nossa categoria. O uso dos algoritmos de IA para fabricação de pseudo-conteúdos jornalísticos exigirá de nós novas respostas conjuntas. Por outro lado, é relevante qualificarmos as e os jornalistas para lidarem com as novas ferramentas de IA, tendo em vista que algumas delas podem se tornar aliadas da produção jornalística de qualidade, quando bem empregadas.
Para o fortalecimento da Democracia e do debate público, é necessário que busquemos apresentar uma resposta concreta à crise do atual modelo de Jornalismo. Nossa categoria tem papel fundamental nesse debate!
SUSTENTAÇÃO DO SINDICATO
Os desafios são enormes e exigem de nós o fortalecimento cotidiano de nosso Sindicato a partir da base: participando das decisões coletivas, ajudando a nortear os rumos da entidade e lutando de maneira permanente para que ele se mantenha firme, combativo e independente — razão pela qual o apoio financeiro das e dos jornalistas torna-se central.